segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Diálogos!


Jesus mostra-se por vezes tão nosso amigo que até brinca conosco. Assim foi quando o profeta Salomão escolhia o título do livro que Jesus abençoava...

– Então vamos ao título.
– “Diálogos…”
– Diálogos está bem. Quero que seja viva, muito viva, a Mensagem que você vai transmitindo. Por isso escolhi um homem de teatro. “Diálogos”, portanto.
– Mas estes Diálogos não serão sempre com a mesma Entidade, serão?
– E o que você quer dizer com isso? Quer escrever Triálogos, Tetrálogos, Pentálogos?
– Está brincando, Jesus?
– Por que? Não posso?
– Oh, Jesus? É do que eu mais gosto! De senti-Lo assim meu Companheiro, meu Amigo, meu Irmão! Mas escute: porque não lhe chamamos “Conversas”?
– Também podia ser. O que você acha?
– Ah sou eu que escolho?
– Diga o que estava pensando.
– Que fica melhor Diálogos.
– Porque…
– Porque é mais unívoca… Por causa das traduções.
– Isso. Então vamos deixar ficar “Diálogos”.
– O plural até já ressalva o fato de serem múltiplos…
– Está certo! E o outro problema?
– Do Homem.
– Esse já está resolvido, não está?
– Quer que fique “Diálogos do Homem…”?
– O que você acha?
– Eu?
– Sim, você. Não se sente exprimir problemas e anseios de toda a natureza humana?
– Talvez, mas de modo muito incompleto, muito imperfeito e talvez parcial, subjetivo…
– Eu tratarei desse assunto: quero que você seja uma voz universal.
– Não é megalomania minha?
– O que você escreveu já uma vez sobre a megalomania?
– “Megalómana foi a Criação. Megalómano é o Pecado. Megalómana teria que ser a Redenção”.
– Deixe então ficar assim. Mas fique sempre atento. Também há a megalomania de Satanás.
– E tanta gente dizendo que Ele não existe… Olhe: até escrevi “ele” com maiúscula!
– Eu farei com que ele fique minúsculo no tempo que está para vir e já começou.
– Exatamente, o tempo. O tempo é outra coisa que eu acho que deveria figurar no título.
– Então faça-a figurar!
– Sim, mas… ainda por cima está na hora de ir entregar os “Diálogos do Homem com…” Ah é verdade: ainda falta com quem, perdão, com Quem!
– A expressão em linguagem humana é uma tarefa monstruosa, não é?
– E é Você que pergunta isso?
– Não é você que sente isso?
– Certo. Até já.
– Até já, na escrita.
– Certo. Entendi.


("Diálogos" - Salomão)
22 de Dezembro de 1994

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