terça-feira, 23 de agosto de 2016

Ser santo....


Ser santo....


Ser santo, não quer dizer ser puro, ou sem pecado. Ao contrário, para ser santo é necessário primeiro considerar-se um grande pecador. Assim ensinou Jesus:  "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." Lc 9, 23

A Cruz é o símbolo dos nossos pecados
, pois Jesus nos salvou Nela pelos nossos pecados. Pegar a sua própria cruz e seguir Jesus nada mais é que ir ter com Ele com os seus pecados. E Ele não nos diz que nos livraremos dos pecados, mas pede apenas para segui-Lo como nos encontramos.


Logo, ser Santo é seguir a Deus. Pecar é produto dos atos e pensamentos de toda criatura. Logo, não precisamos nos livrar deles para seguir Jesus e sermos santos. Peraí! Não precisamos nos livrar dos pecados para seguir Jesus? Claro que não! O simples fato de segui-Lo nos faz livrar dos pecados que cometemos. OU seja, primeiro temos que segui-Lo, depois como consequência não iremos querer pecar mais. Mas querer é poder? Infelizmente não! Não existe essa de poder da mente no reino dos Céus! Só o poder do coração faz a diferença. Se tivermos que refazer esta frase, uma possível reescrita seria esta: “Amar é poder!”. E mesmo amando não estamos livres de pecar. E por isso que minha mãe dizia “Até um santo peca 7 vezes ao dia!”. Meu tio Salomão, certa vez, me explicou o significado desse proverbio: “7 é o número da perfeição na bíblia, ou seja, um santo peca perfeitamente!”.

 A diferença básica de um santo (canonizado) para nós, é que ele se apegava a Jesus de certa maneira, que os seus próprios pecados eram justificados e perdoados pelo Senhor. Jesus não o livrava de pecar e sofrer. Muito pelo contrário, todos os santos conhecidos da igreja foram perseguidos por ela (a Igreja) e eram perfeitos pecadores. Lembra de São Francisco de Assis? Que pecado maior ele poderia cometer ao ferir o 4º mandamento que é "Honrar pai e mãe". Pois ao jogar suas riquezas aos pobres e sair pela rua nú, seus pais foram desonrados a ponto de virarem chacota do povo.  Poderia ele ter decidido se livrar de todas as riquezas sem ofender seus pais daquela maneira? Talvez! Mas ele foi ao encontro de Jesus, e por isso, o pecado de desonra foi justificado, com certeza!


Parece até que é uma obrigação que, para ser santo, que a igreja tenha que desacreditá-lo em vida. Assim foi com todos os santos, a começar com São José, que era conhecido como um "simples carpinteiro" e  que por isso mesmo não acreditavam que Jesus pudesse ser o Messias tendo um carpinteiro como pai.


Não é preciso, por isso, seguir dogmas ou rituais para ser santo. Vestir batina, fazer cara de santo ou piedoso e outras coisas mais não é garantia de santidade. Na maioria das vezes, na verdade, só serve para confirmar a palavra de Jesus: "Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa" Mt 6,5.


E então, já podemos ser santos?