domingo, 10 de janeiro de 2016

ENTREVISTA DO VATICANO COM VASSULA RYDEN

O Papa Bento XVI, na época, Cardeal Ratzinguer, pediu a todos os leitores, e aos que questionam as mensagens de A Verdadeira Vida em Deus, que pudessem ler essa entrevista concedida pelo Vaticano à Vassula quanto aos seus escritos, e eles próprios chegar a uma conclusão dos escritos, sem no entanto julgar Vassula como falsa mensageira. Essa entrevista foi concedida a ela devido à notificação contra seus escritos em 1995 e que gerou grande tumulto entre leigos e padres que já tinham ouvido falar dela e que liam os livros, e que desde então não sabiam se poderiam continuar a ler seus escritos.
AS RESPOSTAS DE VASSULA SÃO UM RESUMO DA ENTREVISTA DISPONÍVEL EM http://www.tlig.org/pg/pgcdf.html.

1. Relação entre a Verdadeira Vida em Deus e a Revelação.
Vaticano: A senhora sabe muito bem que, tanto para os Católicos como para os Ortodoxos, não há senão uma Revelação, a de Deus em Jesus Cristo, que está contida nas Sagradas Escrituras e na Tradição. (...) Por isso, neste sentido, a senhora considera os seus escritos como revelações? E como devem ser aceites pelos seus ouvintes e leitores?
Vassula: Em todo o início deste chamado, senti-me bastante desconcertada e bem depressa, durante a manifestação do meu Anjo, eis o que lhe disse: "mas não compreendo. Nós já temos a bíblia: e por isso, porque razão teríamos agora necessidade de mensagens?"
Meu Anjo respondeu: "Deste modo tens a impressão de que tudo está dado na Bíblia?" . Eu respondi: "Sim, e é por isso que não vejo razão para tudo isso, não vejo nada de novo nisso". E então o Anjo diz: "Deus quer que estas mensagens sejam dadas." Eu disse: "E haverá uma razão especial para que seja eu?". O Anjo respondeu: "Não. Deus ama-vos a todos. Estas mensagens são justamente um apelo feito para vos lembrar como começaram as nossas fundações" (O Meu Anjo Daniel. 7.8.1986)
Um ministro protestante disse-me uma vez que não há razão alguma para que Deus queira falar-nos agora, que todos nós temos a Santa Bíblia. Eis a resposta de Cristo:
"Eu disse-vos a todos que o Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em Meu Nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo aquilo que Eu vos disse (Jo 14, 26). Não vos estou a dar qualquer nova doutrina: estou-vos apenas a recordar a Verdade, trazendo à Verdade completa todos aqueles que se desgarraram. Eu o Senhor, os despertarei sempre com apelos, e o Meu Espírito Santo, o Advogado, estará sempre no meio de vós como o Apelo da Minha Palavra: por isso, não vos admireis, quando o Meu Espírito vos fala." (AVVD 20.12.1998) "Todas estas mensagens vêm do alto e são inspirados por Mim. Podem ser usadas com proveito para o ensino e para refutar o erro. Podem ser usadas para guiar a Igreja para a União e para orientar a vida das pessoas e para as ensinar a ser santas. São-te dadas para uma explicação da Revelação que vos foi dada. São uma fonte inesgotável de uma graça espantosa para todos vós, a fim de vos renovar" (AVVD 30.7.1999)
Eu não espero que os leitores da A Verdadeira Vida em Deus considerem as mensagens como mais importantes que a Sagrada Escritura e estou certa que nada nos livros de A Verdadeira Vida em Deus pode levar os que me ouvem ou me lêem, a pensar diferente. (...)
Do mesmo modo, de forma alguma eu pretendo para os meus escritos um estatuto ou autoridade que se aproxime ou pareça sequer com a Sagrada Escritura. A Santa Bíblia é inspirada de uma forma infalível. Eu creio humildemente que o Senhor me tocou por uma ação direta na minha alma, para fazer caminho com Ele, ajudando-me quando sou chamada a escrever, mas isso não é uma inspiração no mesmo sentido da Bíblia, e o resultado não é a infabilidade. Mas isso não significa tão pouco que deveria haver erros doutrinais nos meus escritos; estou certa de que não os há.

2. A minha relação, como cristã ortodoxa, com a Igreja católica romana
Vaticano: A senhora pertence à Igreja ortodoxa e exorta muitas vezes os sacerdotes e bispos desta fé a reconhecer o papa e a fazer as pazes com a Igreja romana. Por isso mesmo, infelizmente, não é acolhida em certos países de sua própria confissão. Por que empreende a senhora esta missão? Qual é a sua idéia sobre o bispo de Roma e como prevê o futuro da união cristã? Lendo as suas obras, no entanto, tem-se por vezes a impressão de que se coloca acima das duas Igrejas, sem estar comprometida com alguma delas. Por exemplo, parece que a senhora recebe a Comunhão nas duas Igrejas, católica e ortodoxa; mas no seu estatuto matrimonial, segue o costume de oikonomea. Como já lhe disse, essas observações não se entendem como uma censura pessoal, que não temos de modo algum direito de julgar a sua consciência; mas compreende a nossa preocupação em ordem aos Católicos que a seguem e poderiam interpretar estas suas atitudes de uma forma relativista e ser assim tentados a desprezar a disciplina da sua própria Igreja.
Vassula: O senhor perguntou-me "porque empreende a senhora esta missão?" A minha resposta é: porque fui chamada por Deus, segundo eu acreditei, e correspondi-Lhe; por isso quero fazer a Vontade de Deus. Uma das primeiras  palavras de Cristo foi: "Que casa é a mais importante, a tua casa ou a Minha Casa?" Eu respondi: "a Vossa Casa, Senhor". E Ele disse: "Reaviva a Minha Casa, embeleza a Minha Casa e une-a". (...) E o meu testemunho é-lhes dado, lembrando-lhes estas palavras de nosso Senhor: "Para que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17,21)
Em março de 2000, por exemplo, o Senhor permitiu aos nossos grupos de oração que se reunissem, na Sua própria cidade natal, Belém, 450 pessoas que vieram de todas as partes do mundo, com a participação de mais de 55 países e de 12 Igrejas diferentes, assim como membros do clero da Terra Santa que, tendo ouvido falar desta reunião de oração, igualmente se juntaram a nós. Este acontecimento ecumênico era coordenado por vários Israelitas e Palestinos, que ficaram verdadeiramente impressionados com os escritos de "A Verdadeira Vida em Deus".
Quanto à minha forma de praticar a fé, sou Ortodoxa e estou plenamente comprometida com a minha Igreja. Todas as vezes que haja uma Igreja Ortodoxa na vizinhança, não deixo nunca de participar da Missa de domingo, pelo menos; é evidente que tantas vezes as não há, como era o caso de Dacca, Bangladesh, onde eu vivia.
Aqui em Roma, vivo longe do centro, e muito longe da minha igreja greco-ortodoxa, que está situada no centro de Roma. Existe uma igreja ortodoxa em Tre Fontane, que eu frequento; mas a verdade é que eu não compreendo a língua e, deste  modo, permito-me de tempos em tempos, pois ando em viagens a metade do tempo, receber a Sagrada Comunhão no Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, situado a 3km do meu domicílio.
No decreto Orientalium Ecclesiarum do Vaticano II está escrito: "Aos orientais que, em toda boa fé, se encontram separados da Igreja Católica, podem ser dados, se eles próprios os pedirem e se estiverem convenientemente dispostos, os sacramentos da Penitência, da Eucaristia e da Unção dos doentes..."
Pouco depois, na sua pergunta, diz que eu recebo por vezes a Sagrada Comunhão na Igreja católica romana: "compreende a nossa preocupação em ordem aos Católicos que a seguem e poderiam interpretar estas suas atitudes de uma forma relativista e ser assim tentados a desprezar a disciplina da sua própria Igreja". Segundo o Direito Canônico, que acima citei e que prova que estou em total concordância com o Direito Canônico da Igreja católica, eu não vejo razão alguma para que os fiéis católicos reajam de uma forma relativista.
Eu não sou a favor do divórcio e não tento promover entre os fiéis católicos a doutrina segundo a qual o novo matrimônio das pessoas divorciadas devia ser permitido. O meu divórcio e o meu novo matrimônio civi realizaram-se antes da minha conversão. Depois da minha conversão, à luz das mensagens de "A Verdadeira Vida em Deus", eu descobri que a minha situação matrimonial não era regular. Tendo tomado consciência da minha conversão, aproximei-me das autoridades da minha Igreja, em Lausanne, e passei por um pricesso de completo esclarecimento sobre as regras matrimoniais ortodoxas. Nao desprezo de modo algum as regras da Igreja Católica sobre o matrimônio.

3. Confusão de terminologia relativamente às pessoas da Santissima Trindade
Vaticano: Nos seus primeiros escritos, como se observa na "Notificação", há uma certa confusão de terminologia relativamente às Pessoas da Santissima Trindade. Nós estamos certos de que a senhora subscreve os ensinamentos da sua Igreja. Pensa, por ventura, que poderia ajudar-nos a esclarecer estas expressões? Quando se trata de matéria de fé, não seria útil seguir a terminologia oficial dos catecismos correntes, para evitar a confusão nos espíritos dos leitores de "A Verdadeira Vida em Deus"?
Vassula: Não sei exatamente a que parte dos escritos se refere a pergunta, mas posso imaginar que se trate da passagem em que Cristo é chamado 'Pai'. Cristo é o Filho de Deus Pai. Em certas partes da revelação, os escritos não se referem, de uma forma ontológica ou doutrinal à pessoa de Cristo. É antes uma linguagem afetuosa e paternal, a mesma linguagem que Jesus utilizou com Seus discípulos: "Meus filhos..." (Jo 13, 33). Já Isaías descrevia o Messias como "Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai Eterno..." (Is 9, 6)
A crítica pode referir-se também a uma menagem do início, em que o Senhor desejava ensinar-me a unidade da Santissima Trindade. A mensagem que poderia ser posta em questão era: "Eu sou o Pai e o Filho. Compreendes agora? Eu sou uno, Eu sou Todo n'Um" (2.3.1987). Aqui, nosso Senhor desejava-me fazer compreender a unidade perfeita e ontológica da Santissima Trindade, como as Três Pessoas divinas não indivisas e completamente una na natureza.
Eu contei como Jesus me pediu, numa das primeiríssimas mensagens que "desenhase como é a Santíssima Trindade". Eu descrevi ter tido a visão de uma luz, depois uma luz saiu dessa primeira luz, depois uma outra, o que fazia três luzes. Então comentei: "Quando o Filho está no Pai, então, Eles são um. A Santissima Trindade é uma e a mesma. Eles podem ser três, mas todos os três podem ser um. Resultado: um só Deus".

4. Protologia e Escatologia
Vaticano: Há também algumas dificuldades relacionadas com a protologia e a escatologia. Em que sentido tem a alma uma "visão de Deus" antes de ser infundida no corpo? E como vê a senhira o lugar do novo Pentecostes, na história da salvação, em relação com a parusia e a ressurreição dos mortos?
Vassula: Não creio de forma alguma na reincarnção. A passagem  a que é possível que o senhor faça alusão poderá ser a seguinte: "Então, no meio desta Luz cintilante, a tua alma verá aquilo mesmo que já viu, numa fração de segundo , no justo momento da criação... Eles verão: As Mãos Daquele Que vos formou e vos abençoou... Eles verão: o mais Terno Pai, vosso Criador" (15.9.1991).
Os meus escritos exprimem-se numa linguagem metafórica de um renovamento da fé, a fim de que o Senhor possa erguer o Seu Trono e construir o Seu Reino nas nossas almas.
Quando Deus entra em ação, o faz de uma forma tão doce e discreta, que muitos dos que agurdavam acontecimentos sensacionais não darão mesmo por isso imediatamente.

5. A Verdadeira Vida em Deus, um movimento?
Vaticano: Qual a identidade do movimento de "A Verdadeira Vida em Deus" e que exige dos seus adeptos? Como está estruturado?
Vassula: "A Verdadeira Vida em Deus" não é um movimento, mas um apelo apostólico. O apelo não é feito apenas a Cristãos, mas verdade é que tem atraído também os não Cristãos e tantas vezes os tem levado a fazer-se Cristãos. Cristo rezou ao Pai por isso e disse: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em Mim" (Jo 17,20)
Muitos acreditam em Deus, mas não conhecem Deus. Os escritos de "A Verdadeira Vida em Deus" ensinam os leitores a conhecer Deus e a compreendê-Lo, e nos encorajam a ter uma relação íntima com Deus, que nos leva a uma vida unida a Ele. "Quanto Eu desfaleço por este dia! (...) O dia em que Eu te enviarei a toda a humanidade como um dom Meu. Também eles aprenderão a amar-Me e Me compreenderão melhor. A Sabedoria partilhará as Suas riquesas com toda a humanidade." (Jesus, em O meu anjo Daniel. 25.1.1987)
Ao ler os escritos de "A Verdadeira Vida em Deus", aprendemos a manter-nos fiéis à Igreja. Eu digo às pessoas: "mesmo que vos lancem para fora da igreja, vinde para a janela, mas não a deixeis nunca".
Se em alguns países existem Associações de "A Verdadeira Vida em Deus" (...) não foi senão para obedecer as leis locais. Por exemplo, a fim de poder abrir uma caixa postal sob o nome de "A Verdadeira Vida em Deus". Mas eu jamais pensei em formar um movimento. A obra está traduzida em 38 línguas e eu jamais recebi qualquer direito de autor, exceto das Editions du Parvi, porque o editor disse-me que era regra da sua própria casa.